quinta-feira, 22 de abril de 2010

Crítica do filme Um Estranho no Ninho


Diferentemente do que pode parecer, o estranho que dá título ao filme Um estranho no ninho, não é um único personagem, mas sim são todas aquelas pessoas que se encontram no hospício. Eles representam todos os estranhos no ninho que existem pelo mundo. Os estranhos de uma sociedade que dita regras e padrões e que não aceita o ser diferente, aquele que se recusa a seguir normas. Tratando- os como loucos.

Um estranho no ninho, é muito bem produzido, tem qualidade técnica, de atuação, de iluminação e de efeitos. Além disso, por ser um drama, cumpre muito bem o papel esperado para esse tipo de gênero. É uma estória comovente sem ser piegas e que é capaz de prender o espectador do início ao fim, fazendo-o se emocionar ou se indignar com aquelas pessoas que estão no manicômio. Gente essa que não teve oportunidade de escolha, como todos nós temos, de decidir nossa própria vida, sendo obrigadas a parar em um local que não gostariam.

Durante toda sua história, o filme vai deixando uma série de pistas que condizem com o isolamento e a tristeza presentes naquele lugar. Um exemplo são as paredes brancas do hospital, que passam a sensação de isolamento e confinamento, assim como a trilha sonora.

E essas várias pistas, somadas a montagem do filme, permitem que a estória tenha uma continuidade, sem se perder nem mesmo com a mudança de uma cena para outra. Todas elas se encaixam perfeitamente como se tivessem sido realizadas em sequência, e assim não parecem sem sentido ao telespectador.

Um Estranho no Ninho é completo e soube fazer um tema aparentemente comum,virar algo que atrai e chama a atenção, sem ser cansativo e desviar a atenção do público.

Contextualização

Segundo o site ABC da saúde, a loucura é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos e atitudes consideradas anormais pela sociedade. Como por exemplo, ouvir vozes, enxergar pessoas, pensar que está vivendo uma situação que nunca existiu etc.

Freud, fundador da psicanálise, define a loucura como sendo a incapacidade que o indivíduo tem de se adaptar às normas do ambiente em que se encontra.

E é esse o tema central do filme One Flew Over the Cuckoo's Nest, lançado nos Estados Unidos, em 1975 e traduzido para o Brasil com o título de Um Estranho no Ninho.

O longa-metragem, dirigido por Milos Forman e estrelado pelo ator Jack Nicholson, tem a duração de 133 minutos. O roteiro foi produzido por Bo Goldman e Lawrence Hauben e o gênero a que ele pertence é o drama.

O filme conta a estória de um homem preso por pedofilia, Patrick McMurphy, ( interpretado por Nicholson), acusado de abusar sexualmente de uma menina de 15 anos, e que com a intenção de fugir da cadeia resolve se passar por louco, indo parar em um hospício.

Porém, ao adentrar no local e diante de seu contato com os pacientes, McMurphy não os vê como loucos, mas sim como marginais da sociedade, que aprenderam a ser e agir como malucos por terem sido excluídos do convívio humano. E, por isso, resolve ajudá-los a acreditarem mais neles próprios.

Um estranho no ninho
é todo real. Foi filmado em um hospício de verdade. Por isso, grande parte de seus elementos e aspectos, tais como o ambiente de confinamento, a tristeza presente, as histórias dos personagens realmente existem, o que contribui para uma maior veracidade da história contada.

Soma-se a isso o fato do filme ser uma crítica às instituições psiquiátricas americanas da época, e ao conservadorismo do partido Republicano dos Estados Unidos, que não aceitava os diferentes, mandando-os para manicômios ou hospitais, onde eram tratados rigorosamente, incluindo o tratamento de choque, tal como mostrado no filme.

O drama foi vencedor de vários prêmios, entre eles, o Oscar de 1976 (EUA) como: melhor filme, melhor ator ( Jack Nicholson), melhor atriz ( Louise Fletcher, que interpretou a enfermeira Mildred Ratched ) e melhor roteiro adaptado; o Globo de Ouro, de 1976 ( EUA) como: melhor filme de drama, melhor diretor, melhor ator ( Jack Nicholson), melhor atriz ( Louise Fletcher), melhor revelação masculina ( Brad Dourif,que interpretou Billy Bibbit) e melhor roteiro; o BAFTA de 1977 ( Reino Unido) como: melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz, melhor ator coadjuvante ( Brad Dourif) e melhor edição; Prêmio Bodil de 1976 ( Dinamarca) como: melhor filme americano; o David di Donatello de 1976 ( Itália) como: melhor diretor de filme estrangeiro e melhor ator estrangeiro.





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